Eu já começo a me perder em um misto de desespero, angustia... e raiva. No exato momento não é a velha dor que adoramos colocar simbolicamente no coração, e sim dor nos punhos, vontade de socar pra longe essa palhaçada. De socar a sua cara.
Na verdade, começa a me esgotar a paciência. Começo a me questionar a respeito do limite de tudo isso... Até que ponto eu devo me arrastar, até que ponto sou eu que estou errada? Eu não digo, nem nunca quis dizer, que não tenho culpa e sou fácil de levar. Sou uma pedra no sapato, a quina que bate no seu dedinho, o espinho de peixe entalado na sua garganta. Sou o copo de coca gelada que você esquece na cozinha, ao se jogar deliciosamente no sofá, com um pote de pipoca...
Mas também sou puro sentimento, toda emoção, doação, e se olhar a grosso modo, sou pura devoção. Eu já engoli muito sapo, e já perdoei o que todo mundo chama de imperdoável.
Todo esse amor é bom, você é bom pra mim sim, mas eu também sou boa pra você. Eu também te dou carinho, supro sua carência emocional e te amo. Sou sua amiga, sua parceira, sua cúmplice... A ponto de defender suas causas até mesmo por me machucar. Eu apoio todos os seus sonhos, e sonho eles com você. Eu te dou a mão pra levantar quando todo mundo anda sobre você. Eu sou o ponto de escape, eu sou o lugar onde você sabe que pode se esconder.  E mesmo quando quer se esconder de mim, eu retomo os carinhos pra aliviar a sua tensão. E te amo todos os dias, não o amor barato baseado no puro sentimentalismo idealizado, mas o amor como um verbo... Eu estou cansada, tão cansada de receber esmolas.
Então é assim, amo você, mas vou amar a mim.


Espero ainda acreditar nisso, quando acordar amanhã de manhã.


Eu te quero. Agora.

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