"Foi assustador quando ele disse que precisava dizer algo. Em meio a toda aquela situação, qualquer ação imprevisível era nitidamente um sinal de alerta. Ela sentiu o coração apertar, e uma descarga de adrenalina esfriou todas as suas extremidades. Ela sentiu o medo por dentro de suas veias, e tudo isso não durou mais que alguns segundos, mas o tempo parecia parar. Quando ele disse o que pretendia, o coração dela derreteu. Ela conseguia ouvir os batimentos do seu coração, como se ele estivesse bem atrás de suas orelhas, suas mãos tremeram e sua respiração vacilou por um instante. Depois aquele calor, que ela já conhecia, envolveu todo o seu corpo, como um abraço, e ela respirou aliviada. Se olhou no espelho e seu sorriso era histérico, ela ainda custa a acreditar no que leu...Demorou para conseguir cair no sono, revia a cena repetidas vezes, hesitou um minuto pensando em levantar e ler os históricos. Caiu no sono, no mais profundo e tranquilo deles. Acordou cantarolando, o calor não foi momentâneo, seu coração estava dilatado, feliz. Há um certo tempo ele não conseguia ficar assim, sem um apertãozinho de dúvidas... E o dia seguiu tranquilo, alguns telefonemas, e uma conversa descontraída, até que inesperadamente, algumas palavras lhe tiraram o fôlego novamente... Ele disse que estava sentido saudades. Ela mal se suportou sobre as pernas, precisou sentar-se. Riu um pouco, e falou qualquer coisa sem pensar. Ela estava feliz demais pra continuar com aquela conversa, e precisava voltar-se para dentro e curtir sozinha, no auge do seu egoísmo, aquela sensação que tanto esperou reencontrar."
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