A saudade começa a apertar, e como se não bastasse essa dor, ela procura por mais. Revira vestigios do passado e teme que eles voltem a tona. Vasculha minuciosamente e depois tenta apagar da memória, com medo de que mais alguém seja lembrado pelos seus pensamentos silenciosos, e assim acabe incentivado a fazer o mesmo. A repulsa que lhe atinge o peito com força, perante a todas essas lembranças não pertencentes a ela, são dignas de pena. Só lhe passam besteiras na cabeça, e a insegurança é uma amiga distante que sempre lembra de bater-lhe a porta... Que ela faz questão de abrir, escancarar! Não há razões para temer tanto, se chama passado é porque é algo que já foi... E quem há de enfiar-lhe isso guela abaixo? Ela nunca conseguiu digerir.  Talvez porque parte do seu passado já tenha voltado recentemente, mas o seu passado era diferente, ele terminara de maneira incerta, mas tranquila. O passado temido tinha sido morto. Velado e sepultado, e ainda sim, a assombrava como um fantasma. Mas o coração se aquieta aos poucos, e com o som baixo é mais fácil colocar os pensamentos no lugar. O seu presente é certo, o futuro a Deus pertence, e o passado? O passado já foi! Não significa que isso vá deixa-la totalmente confiante, mas será como o monstro que mora embaixo das nossas camas quando pequenos... Eles assustam, mas nunca saem de lá.